Anjo Morcego

                Para celebrar a Lua Cheia decidi acender uma vela, uma vela verde para a prosperidade. Estava sem óculos a olhar para ela e algo estranho surgiu: era um morcego na chama, elevando-se na forma de um anjo e logo depois virando-se de lado, para ir embora. Aí voltava a ser anjo e depois, de novo, morcego. Que símbolo será este?

                Os morcegos vivem em grandes comunidades e, assim, simbolizam a força do grupo, a segurança nos números. Valorize-se a integração na e o poder da comunidade. Também se trata de um animal que vive relativamente longo tempo, e que nos indica que os melhores anos ainda virão. Como um actor de cinema, as pessoas influenciadas pelo morcego tornam-se melhores com a idade. Ou talvez como um bom vinho do Douro. Isto também nos dá um aviso importante: nada substitui a experiência.

                Trata-se de um animal altamente especializado que simboliza a flexibilidade, a capacidade de contornar obstáculos e de se ajustar a todas as situações. Também, enquanto polinizador, simboliza o equilíbrio da vida e da natureza. Mais uma vez voltamos ao conceito de comunidade: o morcego cuida dos seus pequenos e doentes. Assim, surgindo-nos um morcego, podemos preparar-nos para ajudar aqueles que necessitam de nós, seja no nosso seio familiar ou no nosso grupo de amigos, ou até mesmo numa comunidade de trabalho ou hobbie.

                Através da sensibilidade, avisa-nos que usemos a intuição. Assim conseguiremos ultrapassar os problemas.

                O morcego tem muitas referências no folclore mundial, para a qual chamo a atenção alguns mitos em que o animal causa partidas,  muda de forma e cria a noite. Também está associado ao mundo dos mortos, espíritos e fadas (nomeadamente as “pooka”) e considera-se um intermediário entre os espíritos e as pessoas vivas. Na Grécia Antiga era um daqueles que levava os mortos para o submundo. Curiosamente, em algumas culturas também era considerado um símbolo de fertilidade.

                Portanto, temos aqui um símbolo inesperado. Os morcegos não são afinal o assustador vampiro que nos toma o sangue, mas uma criatura amigável, inserida na sua família, e pronta para nos proteger com a sua capacidade de adaptação.

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